muito finas? Então leve para os seus pequenos. Leve muitas para os pequenos.
Não! o empenho era criar a árvore. Pela árvore contemplada na serra em sua verdadeira majestade, na beneficência da sua sombra, na frescura embaladora do seu rumorejar, na graça e santidade dos ninhos que a povoam, começara talvez, lentamente, o seu amor novo da Terra. E agora sonhava uma Tormes toda coberta de árvores, cujos frutos e verduras, e sombras, e rumorejos suaves, e abrigados ninhos, fossem a obra e o cuidado das suas mãos paternais.
No silêncio grave do crepúsculo, que descia, murmurou ainda:
— Oh Zé Fernandes, quais são as árvores que crescem mais depressa?
— Eh, meu Jacinto... A árvore que cresce mais depressa é o eucalipto, o feiíssimo e ridículo eucalipto. Em seis anos tens aí Tormes coberta de eucaliptos...
— Tudo tão lento, Zé Fernandes...
Porque o seu sonho, que eu compreendia, seria plantar caroços que subissem em fortes troncos, se alargassem em verdes ramarias, antes de ele voltar ao 202, no começo do Inverno...
— Um carvalho!... Trinta anos, antes que seja belo! Desanimo! É bom para Deus, que pode esperar... Patiens quia ceternus. Trinta anos! Daqui a trinta anos, árvores só para me cobrirem a sepultura!
— Já é um ganho. E depois para teus filhos, Jacinto...
— Filhos! onde os tenho eu?
— É o mesmo processo dos castanheiros. Semeia.