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o Senhor Governo; pela sua doçura amaviosa e naturalista; pelo seu catolicismo pagão, e carinho fiel aos Deuses latinos, tornados santos calendares; pelos seus trajes, pelos seus cantos... «Amava-o ainda (diz ele) pela sua linguagem tão bronca e pobre, mas a única em Portugal onde se não sente odiosamente a influência do Lamartinismo ou das Sebentas de Direito Público».


VI

A última vez que Fradique visitou Lisboa foi essa em que o encontrei no Rato, lamentando os saraus beatos e sécios do século XVIII. O antigo poeta das LAPIDÁRIAS tinha então cinquenta anos; e cada dia se prendia mais à quieta doçura dos seus hábitos de Paris.

Fradique habitava, na Rua de Varennes, desde 1880, uma ala do antigo palácio dos Duques de Tredennes, que ele mobilara com um luxo sóbrio e grave—tendo sempre detestado esse atulhamento de alfaias e estofos, onde inextricavelmente se embaralham e se contradizem as Artes e os Séculos, e que, sob o bárbaro e justo nome de bricabraque, tanto seduz os financeiros e as cocottes. Nobres e ricas tapeçarias de Paisagem e de História;