tinham visto, e de que tinham partilhado, os homens que deram ao mundo uma das suas mais altas transformações:—e esse sítio era um pedaço da Judeia, da Samária e da Galileia. Se ele for grosseiramente modernizado, nivelado ao protótipo social, querido do século, que é o distrito de Liverpul ou o departamento de Marselha, e se assim desaparecer para sempre a oportunidade educadora de ver uma grande imagem do Passado, que profanação, que devastação bruta e bárbara! E por perder essa forma sobrevivente das civilizações antigas, o tesouro do nosso saber e da nossa inspiração fica irreparavelmente diminuído.
Ninguém mais do que eu, decerto, aprecia e venera um caminho de ferro, meu Bertrand;—e ser-me-ia penoso ter de jornadear de Paris a Bordéus, como Jesus subia do vale de Jericó para Jerusalém, escarranchado num burro. As coisas mais úteis; porém, são importunas, e mesmo escandalosas, quando invadem grosseiramente lugares que lhes não são congêneres. Nada mais necessário na vida do que um restaurante: e todavia ninguém, por mais descrente ou irreverente, desejaria que se instalasse um restaurante com as suas mesas, o seu tinir de pratos, o seu cheiro a guisados,—nas naves de Notre-Dame ou na velha Sé de Coimbra. Um caminho de ferro é obra louvável entre Paris e Bordéus. Entre Jericó e Jerusalém basta a égua ligeira que se aluga por dois dracmas, e a tenda de lona que se planta à tarde entre os palmares, à beira de uma água clara, e onde