se dorme tão santamente sob a paz radiante das estrelas da Síria.
E são justamente essa tenda, e o camelo grave que carrega os fardos, e a escolta flamejante de beduínos, e os pedaços de deserto onde se galopa com a alma cheia de liberdade, e o lírio de Salomão que se colhe nas fendas duma ruína sagrada, e as frescas paragens junto aos poços bíblicos, e as rememorações do Passado à noite em torno à fogueira do acampamento, que fazem o encanto da jornada, e atraem o homem de gosto que ama as emoções delicadas de Natureza, História e Arte. Quando de Jerusalém se partir para a Galileia num vagão estridente e cheio de pó, talvez ninguém empreenda a peregrinação magnífica— a não ser o destro commis-voyageur que vai vender pelos Bazares chitas de Manchéster ou panos vermelhos de Sedan. O teu negro comboio rolará vazio. Que pura alegria essa para todos os entendimentos cultos—que não sejam acionistas dos Caminhos de Ferro da Palestina!...
Mas sossega, Bertrand, engenheiro e acionista! Os homens, mesmo os que melhor servem o Ideal, nunca resistem às tentações sensualistas do Progresso. Se dum lado, à saída de Jafa, a própria caravana da Rainha de Sabá, com os seus elefantes e onagros, e estandartes, e liras e os arautos coroados de anêmonas, e todos os fardos abarrotados de pedrarias e bálsamos, infindável em poesia e lenda, se oferecesse ao homem do século XX para o conduzir lentamente a Jerusalém e a Salomão—e do outro