Fradique (para continuar a sua imagem), transformava-se em «cidadão das cidades que visitava». Mantinha, por princípio, que se devia momentaneamente crer, para bem compreender uma crença. Assim se fizera babista, para penetrar e desvendar o Babismo. Assim se afiliara em Paris a um clube revolucionário. As Panteras de Batignolles, e frequentara as suas sessões, encolhido numa quinzena sórdida pregada com alfinetes, com a esperança de lá colher «a flor de alguma extravagância instrutiva». Assim se incorporava em Londres aos Positivistas rituais, que, nos dias festivos do Calendário Comtista, vão queimar o incenso e a mirra na ara da Humanidade e enfeitar de rosas a Imagem de Augusto Comte. Assim se ligara com os Teosofistas, concorrera prodigamente para a fundação da Revista Espiritista, e presidia às Evocações da Rua Cardinet, envolto na túnica de linho, entre os dois mediums supremos, Patoff e Lady Thorgan. Assim habitara durante um longo Verão Seo-d’Urgel, a católica cidadela do Carlismo, «para destrinçar bem (diz ele) quais são os motivos e as fórmulas que fazem um Carlista —porque todo o sectário obedece à realidade dum motivo e à ilusão duma fórmula». Assim se tornara o confidente do venerável Príncipe Koblaskini, «para poder desmontar e estudar peça a peça o mecanismo dum cérebro de Niilista». Assim se preparava (quando a morte o surpreendeu) a voltar à Índia, para se tornar budista praticante, e penetrar cabalmente o Budismo, em que fixara