A ESCRAVA ISAURA
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pejo e de indignação por sua irmã, mas não deixou de excitar-lhe viva curiosidade de conhecer uma escrava de tão extraordinaria belleza.

No dia seguinte ao da chegada dos mancebos ás oito horas da manhã, Isaura, que acabava de espanejar os moveis e arranjar o salão, achava-se sentada junto a uma janella e entretinha-se a bordar á espera, que seos senhores se levantassem para servir-lhes o café. Leoncio e Henrique não tardárão em apparecer, e parando á porta do salão puzerão-se a contemplar Isaura, que sem se aperceber da presença delles continuava a bordar distrahidamente.

— Então, que te parece? segredava Leoncio a seo cunhado. — Uma escrava desta ordem não é um thesouro inapreciavel? Quem não diria, que é uma andaluza de Cadix, ou uma napolitana?...

— Não é nada disso; mas é cousa melhor, respondeo Henrique maravilhado; é uma perfeita brazileira.

— Qual brazileira! é superior a tudo quanto ha. Aquelles encantos e aquellas dezesete primaveras em uma moça livre, terião feito virar o juizo a muita gente boa. Tua irmã pretende com instancia, que eu a liberte allegando que essa era a vontade de minha defunta mãe; mas nem tão tolo sou eu, que me desfaça assim sem mais nem menos de uma joia tão preciosa. Se minha mãe teve o capricho de creal-a com todo o mimo e de