A ESCRAVA ISAURA
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já um tanto agastado com tanta resistencia. — Não lhe falta nada!... tem até os ares desdenhosos de uma grande senhora!... não te arrufes assim, minha princeza...

— Arre lá, senhor! — bradou a escrava já no auge da impaciencia. — Já não bastava o senhor Leoncio!... agora vem o senhor tambem.....

— Como?... que estás dizendo?... também Leoncio?... oh!... oh! bem o coração me estava adivinhando!... que infamia!... mas de certo tu o escutas com menos impaciencia, não é assim?

— Tanto, como escuto ao senhor.

— Não duvido, Isaura; a lealdade, que deves á tua senhora, que tanto te estima, não te permitte que dês ouvidos áquelle perverso. Mas commigo o caso é differente; que motivo ha para seres cruel assim.

— Eu cruel para com meos senhores!!! Ora, senhor, pelo amor de Deos!... Não esteja assim a escarnecer de uma pobre captiva.

— Não! não escarneço;... Isaura!... escuta, — exclamava Henrique forcejando para abraçal-a e furtar-lhe um beijo.

— Bravo!... bravissimo! — retumbou pelo salão uma voz acompanhada de sardonica e estrepitosa gargalhada.

Henrique voltou-se sobressaltado. Toda a sua amorosa exaltação tinha-se-lhe gelado de subito no amago do coração.