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A ESCRAVA ISAURA

os planos e as intenções, e protesto-te que hei-de burlal-os todos; é uma infamia, em que não posso consentir. Além da liberdade terás tudo o que desejares, sedas, joias, carros, escravos para te servirem, e acharás em mim um amante extremoso, que sempre te ha-de querer, e nunca te trocará por quanta moça ha por esse mundo, por bonita e rica que seja, porque tu só vales mais que todas ellas juntas.

— Meu Deos! — exclamou Isaura com um ligeiro tom de mofa; — tanta grandeza me attérra; isso faria virar-me o juizo. Nada, meo senhor; guarde suas grandezas para quem melhor as merecer; eu por ora estou contente com a minha sorte.

— Isaura!... para que tanta crueldade!... escuta, — disse o moço lançando o braço ao pescoço de Isaura.

— Senhor Henrique! — gritou ella esquivando-se ao abraço, — por quem é, deixe-me em paz!

— Por piedade, Isaura! — insistio o rapaz continuando a querer abraçal-a; — oh!... não falles tão alto!... um beijo... um beijo só, e já te deixo...

— Se o senhor continúa, eu grito mais alto. Não posso aqui trabalhar um momento, que não me venhão perturbar com declarações, que não devo escutar...

— Oh! como está altaneira! — exclamou Hen-