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A ESCRAVA ISAURA

— exclamou tristemente dentro da alma a rapariga, vendo seo senhor retirar-se. Ella via com angustia e mortal desassocego as continuas e cada vez mais encarniçadas sollicitações de Leoncio, e não atinava com um meio de oppor-lhes um paradeiro. Resolvida a resistir até á morte, lembrava-se da sorte de sua infeliz mãe, cuja triste historia bem conhecia, pois a tinha ouvido, segredada a medo e mysteriosamente, da boca de alguns velhos escravos da casa, e o futuro se lhe antolhava carregado das mais negras e sinistras cores.

Revelar tudo a Malvina era o unico meio, que se lhe apresentava ao espirito para pôr termo ás ousadias do seo marido, e atalhar futuras desgraças. Mas Isaura amava muito sua jovem senhora para ousar dar semelhante passo, que iria derramar-lhe no seio um pégo de desgostos e amarguras, quebrando-lhe para sempre a risonha e doce illusão, em que vivia?

Preferia antes morrer como sua mãe, victima das mais crueis sevicias, do que ir por suas mãos lançar uma nuvem sinistra no ceo até ali tão sereno e bonançoso de sua querida senhora.

O pae de Isaura, o unico ente no mundo, que á excepção de Malvina se interessava por ella, pobre e simples jornaleiro não se achava em estado de poder protegel-a contra as perseguições e violencias, de que se achava ameaçada. Em tão