Mário corou, e murmurou qualquer coisa que a mãe não ouviu.

— Receio sempre ver-te aparecer a seu lado; porque eu sei que tens tido a coragem de te apresentar em público com ela. Vê a que horror expões tua família, já não digo teu pai, que é um santo, mas que enfim, é homem; mas a tua irmã e a mim. É feio da tua parte sujeitar-nos a uma decepção dessa ordem...

Mário mordia os beiços, brancos de raiva.

— Mamãe...

— Não me interrompas; já agora direi tudo. É preciso acabar com a exploração daquela mulher, Deixa-a quanto antes, hoje mesmo, ouviste? Teu pai exige isso de ti, ele sabe que por causa dela tens cometido já indignidades. É uma vergonha, todos os dias são dívidas e mais dívidas!

Mário continha a custo a sua cólera, apertando com as mãos, nervosamente, as costas de uma cadeira.

— Põe os olhos em teu pai. Segue-lhe o exemplo.

Mário sorriu com desdém.

— Meu pai está velho; já não se lembra do que fez na mocidade.

— Bem sabes que ele nunca teve mocidade; trabalhou sempre como um animal.