Recebendo em cheio a cólera materna, Mário julgou perceber nela insinuações de outrem. Havia de andar por ali a intervenção danada do dr. Gervásio. Quando Camila acabou de falar, ele começou, destacando as palavras, que saíam pesadas:
— A senhora pode censurar-me em nome de meu pai, visto que ele não teve coragem para tanto.; mas em seu nome, não!
— Mário!
— Em seu nome, não! Quem me lançou neste caminho e me fez ter os gostos que eu tenho?
— O excesso do meu amor por ti está bem castigado!... Mas não é isso agora que desespera teu pai...
— Meu pai é cego para as culpas dos outros; por que não será também cego para as do filho? A pessoa que tanto o indigna é menos nociva à família que...
— Basta!
— Não basta; a senhora assim o quis; conhece o meu gênio., podia ter evitado esta explicação. Talvez seja melhor assim; afinal eu precisava dizer-lhe alguma coisa, eu também. E isto: - odeio o dr. Gervásio, e dou-lhe a escolher entre mim e ele.
Camila fixou no filho olhos de espanto.