comparativo, o realce do armazém de Francisco Teodoro.
E, nesses dizeres simples, havia entre os dois homens como que uma chamazinha, brilhando tonta, faisca de ambição assanhada pelos sucessos próprios e alheios.
Ambos amavam a casa, ambos a queriam ver no plano mais alto.
Seu Joaquim, lá consigo, atribuía a prosperidade do negócio ao tino da sua gerência, esperta e positiva. A seu ver, a gente do escritório era inepta e não contribuía em nada para o êxito do negócio.
Julgava-se figura predominante, indispensável, e usava por isso de impertinências, que Teodoro tolerava, em desconto do serviço.
Quando o gerente descia a escada do escritório e voltava para o armazém, Francisco Teodoro reclinava-se na sua cadeira e ficava pensativo. Na sala próxima as penas dos empregados rangiam nos livros e o rumor das folhas que viravam era às vezes o único que se ouvia.
Naquela grande paz da fortuna conquistada, Francisco Teodoro sonhava então com viagens demoradas, longos períodos de abstração.