deixei-o lá embaixo a conversar com um sujeito. É um finório de marca.

— É esperto, é.

Minutos depois o Inocêncio Braga entrou, trêfego e alegre, em companhia do Negreiros, que subira para tratar de um negócio, e, enquanto este se entretinha com Teodoro, o Inocêncio dizia, voltando-se para o Lemos:

— Hoje é para mim um dos dias mais felizes da minha vida! Imagine que recebi carta do meu procurador, dizendo já ser minha uma quinta lá da minha aldeia, e que eu ambicionava desde rapazinho...

— Terras de trigo?

— Não é por isso. A propriedade só dará despezas. Comprei-a por vingança. O dono era um fidalgo desses velhos, de raros exemplares. Por uma questão estúpida maltratou meu pai. Eu era pequeno, mas não me esqueci da ofensa. Os dias passaram; o fidalgo arruinou-se, e o filho do meu velho ganhou o bastante para fazê-lo assinar, ainda que de cruz, as escrituras que lhe dão direito à, posse da sua quinta. Meu pai já se instalou no palácio; o diacho é que, pelos modos, ele não se acostuma à ociosidade e vai para o campo mondar o linho com os empregados... não faz mal, é o dono.