— Visitas? que visitas? o dr. Gervásio?... Esse é de casa.

— Não é; mas que fosse; se não me consideras nem a tua mãe, devias ao menos respeitar o hóspede.

— Mas se é o hóspede que eu detesto ! não posso ver aquele homem, papai, não posso ver aquele homem!

— Tu estás doido! por que?!

Mário calou-se, de repente, arrependido, de olhar esgazeado. O pai insistia, furioso:

— Essas coisas não se dizem à-toa; responde: porque lhe tens essa raiva ?

— Não sei... desde criança que antipatizo com ele... por instinto... Aborreço aquele rosto pálido... aquele corpo esguio.. aquela voz desigual, aquele sorrisinho de mofa, embirro com as suas mãos de mulher, com os seus ditos de pedante, com a sua assiduidade, com os seus sapatos, com a cor das suas roupas, com os vidros das suas lunetas, com as suas essências, com ele e com tudo que é dele. Não me pergunte mais; não posso dizer mais nada; talvez lhe pareça pouco. É muito. Por hoje desculpe-me. Estou doente.

— Se estás doente, trata-te; só mesmo um delírio de febre explica o que disseste. Fica bom, que temos de ajustar contas! E que o