um asilo qualquer: para ter cama e pão. Não ignorava isso, lembrava-se de tudo. Era obrigada mesmo a meditar no passado mais do que queria. Não conhecera a mãe, e em frente à mudez da treva pensava nela, como se a tivera visto. Não compreendia por que rejeitavam o seu coração amoroso. Nem mãe na infância, nem noivo na mocidade. Que triunfo!
Sabia pelos outros que a mãe fora urna mulher da má vida e baixa classe; mais nada; e não era pouco.
Criara-a desde o primeiro ano a avó paterna, d. Emília, sem muitos agasalhos, porque o dinheiro era escasso e a paciência já não era nenhuma. Por causa disso aprendera depressa todos os serviços caseiros, era a copeira da família, e aos nove anos já não se atrapalhava quando tinha de por uma panela de arroz ou de feijão no fogo. Lá teria ficado sempre em Sergipe, se o Joca não se tivesse casado com uma viúva carregada de filhos e que não podia ver a enteada diante de si... Sempre as antipatias! Não era para tornar má uma criatura? Lembrava-se que não fora também acolhida com entusiasmo na casa de Francisco Teodoro.
Ao princípio, amedrontada, Nina procurara a companhia dos criados, de preferência à da família,