Os outros olharam rindo para o alvo e lustroso peitilho do dono da casa, que saboreava o café, com ar satisfeito, de pé, com o pires muito afastado do corpo, seguro na ponta dos dedos.
— Não é má essa, regougou o Lemos, o comendador Lemos, da Beneficiência, franzindo o narizinho, submerso entre duas bochechas, que nem de criança.
Depois de um riso fraco e desafinado, ouviu-se a vozinha aflautada do Inocêncio, perguntando a Teodoro:
— Aqui seu vizinho Gama Torres é que fez um casão de um dia para o outro, hem?
— Homem, sempre é verdade aquilo?!
— Se é!... tenho provas... Afinal, eu inspirei-o um pouco no negócio...
Fixaram todos a vista no Inocêncio Braga. Era um homem pequenino, magro, com uns olhinhos negros, febris e um fino bigode castanho, quase imperceptível.
— Custa-me a crer nesses milagres... ponderou Teodoro, pousando a xícara na bandeja que o Isidoro oferecia.
— Afirmo; questão de arrojo. Presumiu alta, abarrotou o armazém e esperou a ocasião. O sogro ajudou-o, está claro...