— Não; isso cansa-me, e, depois, já tenho visto tantas! Naquela da Sé, outro dia, os músicos desafinaram que foi um horror! Se ao menos cantassem bem... Quem me lembrou a ida ao observatório foi o capitão Rino. Ver bem a luz e a cor das estrelas é o que me preocupa agora. Leve-me lá, titia, sim?

— É melhor que você pense em conhecer o céu por dentro.

— Seria querer demais. Você já leu hoje a Flor de Neve, Nina?

Nina meneou com a cabeça, que não.

— Que história é essa de flor de neve? indagou D. Joana.

— É um romance do Jornal, muito bonito. Estou morta por saber se a Madalena morreu... também se tiver morrido não tornarei a pegar no Jornal!

D. Joana ia reprovar a leitura, quando Camila apareceu no terraço, bonita, de peignoir cor de rosa, toda rescendente, dando as mãos as duas filhas pequenas.

Nina tomou a bênção à tia e, para fugir à presença da velha, que naquele momento se lhe tornara odiosa, entrou logo para a sala de jantar.

— Isto aqui está muito úmido; por que não foi lá para dentro, tia Joana?