Ele ia ao morro da Conceição, dizer adeus a um antigo companheiro, agora padre. Para isso, enveredou por uma ladeira estreita, talhada sobre rocha branca. A rua serpeava em curvas contrafeitas, elevando-se aqui para se despenhar acolá, acotovelando-se em ângulos de uma lado para descer ao outro em escadarias toscas.

De casas velhas, abertas para a grande luz, saíam mulheres para estender ao sol blusas de marinheiros, enquanto lá dentro vozes frescas de moças cantavam modinhas ternas.

A beira dos precipícios, crianças, quase nuas, atiravam com os pés, dentre montes de lixo, latas vazias, que rolavam, tinindo pelas ribanceiras, e velhas, sujas, agachadas em uma ou outra soleira, coziam trapos, entre gatos adormecidos e galinhas soltas.

O dia estava azul, e o ar do mar vinha, em grandes lufadas, acariciar a face quente e robusta da terra.

Capitão Rino atravessava uma rua de marinheiros.

Ao ver alguns rostos tranqüilos e braços grossos de mulheres, trabalhando ao ar livre, pareceu-lhe que o coração daquela gente era resignado e sabia esperar.