a cruzar-se com o jardineiro e, tomando a larga rua dos girassóis. entraram em casa.
Antes de se sentarem à mesa, os dois irmãos foram ao quarto da madrasta. uma senhora muito gorda, que se alastrava pela cama, com um lenço amarrado na cabeça e o rosto polvilhado de amido. A Hemengarda tinha cerrado as janelas e vigiava a doente, na penumbra. Sobre a mesa muitos vidros de remédios, e um cheiro de cânfora espalhado em tudo.
O leito rangeu, ao movimento do corpo enorme, que se voltava a custo, e a enferma, fazendo uma voz débil, queixou-se de muitas dores e de muito frio.
Os enteados disseram-lhe meia dúzia de frases animadoras, recomendaram-lhe paciência e. sentindo que a importunavam. saíram em bicos de pés.
Antes de se sentarem à mesa, Catarina confessou ao irmão sentir-se aliviada com a ausência da madrasta. Teriam assim um jantar mais íntimo.
Ele perguntou:
— Afinal, tu a aborreces só por ela ser tua madrasta?
— Só. Se a morte de minha mãe tivesse sido natural, eu aceitaria depois a madrasta,