O palacete Teodoro preparava-se para o baile.
Desde manhã até à tarde era uma invasão de operários pelas salas e corredores, um contínuo martelar nas paredes, bulhas abomináveis de escadas arrastadas, de utensílios atirados ao chão, de lâminas raspando parquets e de móveis deslocados.
Arrancadas todas as cortinas e reposteiros e atirados em monte para o desprezo do porão, o sol e o vento entravam pelas janelas escancaradas, com inteiro desassombro.
Varado de ar e de luz, repleto de gente estranha, o interior da casa perdera o aspecto de intimidade e de conforto, que torna o lar amorável e discreto.
Ruth sentia a impressão de estar numa praça pública. O baile não a interessava, e aqueles preparativos irritavam-na. Tinha uma salvação: fugir para o fundo da chácara, com o seu violino ou um romance qualquer. A música