Foi um dia uma freira pálida, muito moça, muito linda, temente a Deus e devotada à Virgem. Vivia na Normandia, em um convento velho, de rígidas penitências, isolado em cima de um rochedo.
Da frecha gradeada da sua cela, a freira só via: em baixo, a pedraria negra, e além charnecas brancacentas a perder de vista.
Uma tristeza.
No claustro, para onde deitava a sua cela, mesmo no ângulo perto da portaria, havia uma imagem de mármore representando Nossa Senhora, tão doce, tão humana, que mais parecia criatura viva. Sempre que soror Pálida deslizava pelo claustro, fazia à Virgem uma reverência profunda e murmurava:
— Ave!
E a Virgem sorria-lhe, dentro do seu nicho azul.
Uma noite, soror Pálida, depois de reverenciar o Bendito, desabotoava o seu hábito e preparava-se