para dormir um soninho inocente, quando lhe pareceu ouvir o seu nome na janelinha. "Há de ser o vento..." pensou ela, tirando a cruz e o véu.
Não era o vento; a mesma voz, mais distinta agora, repetiu-lhe o nome. Soror Pálida quis resistir, com medo, mas nunca o seu nome lhe parecera tão doce, nem tão suspirado; assim, levada por curiosidade, ou não sei porquê, foi-se aproximando, foi-se aproximando...
Tão depressa chegou, Jesus! que havia de ver?
Suspenso nos varões de ferro, o capelão do convento olhava para ela, com dois olhos que nem duas estrelas.
— Senhor capelão, por que estais aí? perguntou ela aflita, pondo as mãos trêmulas.
— Senhora freira, porque vos amo! respondeu-lhe ele.
E logo de mil modos começou a tentá-la.
Tais coisas disse, tais coisas fez, que a pobre o escutava embevecida. Chamou-a linda, meiga, angélica, e por fim (vê a perfídia!) pediu-lhe que o beijasse, que o beijasse na boca ou que ele se despenharia no abismo...
A freira debatia-se: que não!...mas, para não o ver morrer despedaçado no rochedo, vá