No dia seguinte, quando o dr. Gervásio entrou no jardim de Camila, encontrou-a no terraço, rescendente e fresca no seu peignoir marfim pontilhado de ouro.
— Como estás linda! murmurou ele pegando-lhe na mão, que ela deixou beijar à grande luz, como se a ausência de Mário cegasse todos de casa.
E o casamento de Mário fora um alívio para ambos. Estavam livres daquela testemunha importuna, que tinham de respeitar. Mila bendizia aquele casamento, que a libertava de uma humilhação constante, levando-lhe o filho para as terras do luxo e do prazer. Separando-se, ele ia ser feliz. Que mais poderia desejar um coração de mãe?
Foi nesse mesmo dia, à tarde, que Francisco Teodoro chegou sombrio a casa e, em vez de subir, como de costume, encerrou-se no escritório, em baixo. Camila entrou da rua mais tarde, sacudindo-se à pressa pela escada acima.
Durante o jantar só ela falava, muito risonha, rescendendo à essência com que Gervásio a pulverizara pouco antes no chalezinho da Lagoa, onde escondiam o seu amor. Aquele perfume era como que a alma dele que ela trouxesse consigo.
— Que linda tarde! olhem para o jardim,