E, em um assomo, teve vontade de dizer ao ouvido do rapazinho: "Volta para a tua aldeia, contenta-te com o pão duro, com a sardinha assada, e a água do bom Deus!

"Onde há uma árvore há sombra onde um homem se deite. Não queiras a riqueza, que ela engana e mente. Mas vale ser pobre toda a vida! Volve; acostuma tua mulher ao trabalho e os teus filhos a rolarem nus pela terra que um dia os há de comer... Se bem os vestires a todos... verás: pesarão ouro e valerão pó..."

Eram dez horas quando o negociante entrou no armazém. Seu Joaquim andava azedo e mal humorado, e até mesmo para o patrão tinha um modo rebarbativo e seco. Depois, o trabalho estacionara; não havia nenhum caminhão à porta e os caixeiros pasmavam-se para as rumas de sacos e para as aranhas do teto.

Francisco Teodoro chegou-se à mesa que estava à esquerda da porta de entrada, apanhou ai a sua correspondência e girando sobre os calcanhares entrou no corredor ao lado e subiu ao escritório.

Em cima estavam só o guarda-livros, que escrevia de pé, e o velho Mota, todo embebido no trabalho. Trocaram-se os bons dias.

— O Leite Mendes mandou cá?

— Não senhor...