Camila vergava-se agora toda para os joelhos e chorava, com o rosto escondido nas mãos.
A crise foi longa. Através da porta fechada sentiam-se passinhos indiscretos pelo corredor.
Gervásio consultou o relógio. Eram quatro horas. Que se teria passado em S. Bento? Desejava apressar a situação, acabar com aquilo; sentia-se opresso, levantou-se, foi à janela olhar para o azul macio do céu chamalotado de nuvenzinhas brancas.
Um belo dia perdido!
Camila soluçava. Ele voltou-se sem saber como cortar aquela agonia. Nunca o coração daquela mulher lhe parecera tão impenetrável, nunca a sua psicologia tão obscura. Esperava vê-la raivosa, assustada pela perspectiva da ruína, reagindo com fúria contra aquela decepção tremenda. Era evidente que ela se tinha casado por interesse não seria extraordinário que se julgasse agora roubada... Entretanto, só nos primeiros instantes Camila tinha pensado em si, no egoísmo a que a vida a acostumara; mas a dor da compaixão viera depressa e manifestava-se mais abundante.
Um pouco irritado, sem poder esconder um movimento de ciúme, dr. Gervásio perguntou