D. Inácia Gomes foi também, muito chorosa, pelo braço do seu velho. Repetia a todos que a Judith ficara em casa com ataques; Carlotinha também tivera uma síncope. Eram muito amigas... Pudera não!
Era só gente e mais gente a entrar e a sair, pessoas curiosas da vizinhança, que aproveitavam o ensejo para varar os jardins daquela casa de luxo, onde nunca tinham entrado; ondas negras de povo, cruzando-se nas portas, escoando-se pelos corredores, num sussurro de passos e de vozes abafadas...
D. Joana conseguira, pelos seus merecimentos, um padre para a encomendação do suicida. Com o rosário nas mãos trêmulas, os olhos inundados, ela não saia de ao pé do cadáver, defendendo-o do inferno na fé ardente e pura da sua prece.
Quem lhe diria! um homem tão temente a Deus.. tão digno do Paraíso!
E toda se debulhava em prantos por aquela alma perdida.
Por seu lado, sentada num canto, com as grandes mãos pousadas na seda russa do seu vestido preto, d. Itelvina considerava na fragilidade humana. Por que morrera aquele homem? Por não ter sabido guardar.
O instinto da vida é o egoísmo. Julgara-o