com o marido e as outras duas filhas iam indo.

Desde a primeira até a última palavra arrastava-se um suspiro lamentoso de pobreza e de inércia.

Quando Camila acabou de ler a carta, deixou-a cair aberta sobre os joelhos e calou-se muito pálida. Ruth soluçava com a cabeça deitada na mesa. Ouvira as súplicas, mas o que a alterava não eram os cuidados do avô, era o destino daquele sobrescrito que ela tinha diante dos olhos, com o nome do pai, que, na ilusão da vida viera de longe, impelido por várias mãos desconhecidas e que, chegando ao final, não encontrava ninguém!

Releram a carta; vinha atrasada. Já por lá, deviam estar fartos de saber a verdade. Como teriam recebido a notícia? Camila cerrou as pálpebras; viu a mãe, tal qual era na primeira visita de Teodoro ao Castelo: faladora, animada, com aqueles grandes olhos trêfegos sempre reluzindo de esperança... deveriam estar bem amortecidos agora aqueles olhos, bem cansados de chorar... E, como nunca, Mila sentiu saudades do carinho e do consolo materno. Estava tudo acabado! Que ventura, se pudesse voltar a ser pequenina, inocente e adormecer no colo da mãe! Seria tão doce... tão doce...