flores, quando ouviu passos no corredor. Voltou-se; Gervásio apareceu no limiar da porta.
— Que é isso, Mila?!
— Nada... eu...
— Por que vieste?!
Camila avançou timidamente. Ele continuou:
— Por que não me mandaste chamar logo que entraste? Estás tão pálida!... tão fria... Foi uma imprudência vir aqui, a esta hora!... Mas por que?!
— Lá eu não poderia falar...
— Tens razão, aquela casa é tão pequena! está-se tão perto de todos! Senta-te, meu amor.
— Contrario-te?
— Nunca! estamos juntos! Fala.
— Eu...
Mal pronunciou a primeira palavra, Camila arrependeu-se da sua resolução. Era quase velha, já era avó! Aquele pensamento toda se enrubesceu; calou-se de novo, com os olhos rasos de água.
— Não te compreendo... assustas-me! Tens segredos para mim? Olha que me zango! Vamos, que aconteceu?
— Amas-me sempre?
— Sempre!