e para que ele não perdesse de novo o endereço, chamou um rapaz do armazém, o Ribas, e mandou-o acompanhar o médico até a casa do enfermo.
— Será melhor assim; disse ele, não haverá perigo de errar o caminho, porque, conquanto você seja carioca, nesta parte da cidade, olhe que é mais estrangeiro do que eu!
O Ribas sacudiu a poeira do chapéu, enterrou-o até as orelhas enormes, e, balançando os longos braços sem punhos, dentro dum casaco enfiado à pressa, caminhou adiante, todo vergado, como um velho...
E por toda a rua de S. Bento, ele guardou aquela compostura, sem relentar os passos nem voltar a cabeça. Entrado na da Prainha, modificou a atitude de caixeiro em serviço, foi-se deixando ficar atrás, até marchar ao lado do médico, morto por lhe pedir um cigarrinho.
O dr. Gervásio percebeu-lhe a vontade.
Deu-lhe cigarros.
Atravessavam o largo da Prainha, que o sol alcatifava de ouro. Fazia calor. Ribas lembrou:
— Se o senhor quiser tomar alguma coisa, aquele botequim é muito bom.
— Não tenho sede.
— É que lá para diante não há nenhum que preste...