de uma nobre e desditosa família, e o último depositário de uma herança sagrada.
“Porém, cuidado, meu irmão…! Trata de evitar esse terrível escolho, onde eu, teu irmão e tantos outros, tivemos a desgraça de naufragar. Evita a mulher maldita, e tudo te correrá bem. Se Rodrigo e eu sucumbirmos, a ti cumpre viver para perpetuar nossa geração. Adeus, meu querido Ricardo…!”
— Adeus, meu irmão…!
E o segundo irmão desapareceu também daqueles lugares, sem que ninguém soubesse ao certo que destino levara. Todos, porém, acabaram por convencer-se de que tivera o mesmo fim de seu irmão mais velho, e pelo mesmo motivo. E as mães tiveram mais um caso sinistro a registar na memória para contarem a seus filhos e netos, e mais uma ocasião de esconjurar a sereia maldita, causa de tantas desgraças e calamidades.
Ricardo, vendo-se sozinho, e abandonado por seus irmãos naquelas broncas regiões conservou-se longos dias entregue à mais triste e desanimada inação. Cismava de contínuo nessa mulher de fatal e estranha formosura, que assim o privava da companhia de seus caros irmãos, reduzindo-o à mais precária e desoladora situação. Se bem que lhe votasse profunda antipatia e entranhado rancor, pensava consigo que bem