meu caro irmão…? Por que me deixais aqui tão só…? Eu, tão moço ainda, fraco e sem experiência, que poderei fazer abandonado a mim mesmo nestas broncas praias…?
— Ah! Meu querido Ricardo…! Perdoa-me! Não podes avaliar quanto me custa o deixar-te, que atroz e pungente mágoa me aperta o coração ao dizer-te este adeus… Talvez eterno…! Mas de que te serviria eu ficar junto de ti…? Eu já não vivo, Ricardo; sou um fantasma errante, que ando a arrastar entre os vivos o manto pesado de meus tormentos, e se tenho ainda uma alma é só para sentir os contínuos e desapiedados golpes da dor, que me flagela o coração. Não, não me é possível viver na terra em que existe Regina. O ar que ela respira me envenena, o chão em que pisa abrasa-me os pés, e estes mares, que ela sulca rindo e cantando, estão sempre a murmurar a meus ouvidos um cântico de feroz escárnio…! Oh…! Não, não posso ficar…! Se eu ficasse, Ricardo, terias em breve o desgosto de me ver expirar do modo o mais lastimoso entre as torturas do desespero…! Tu fica e vive, meu irmão; és forte, audaz, inteligente, e por ti só poderás fazer muitas e nobres coisas, que uma desastrada estrela impediu teus desgraçados irmãos de levarem a cabo.
“Lembra-te que agora és o único representante