Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/146

chegou-lhes a notícia dessa sereia ou fada que ainda continuava a habitar a ilha encantada. Uma vaga suspeita surgiu instantânea e simultaneamente no espírito dos três, e sem nada se comunicarem, perguntaram a si mesmos:

— Será ela…?

Refletiram; lembraram-se das audaciosas excursões que Regina costumava fazer por aquelas paragens, onde nenhum outro barco podia aventurar-se impunemente. Essa ilha já lhe era conhecida, e só ela sabia o segredo, ou possuía o condão, por meio do qual se podia nela pôr o pé.

— É ela! — concluíram e, sem nada se dizerem uns aos outros, juraram no íntimo da alma fazer os últimos esforços para devassarem os segredos da ilha maldita, e irem desencantar essa mulher, mágica ou sereia em sua temerosa mansão. Queriam vê-la ainda, embora um só instante, embora tivessem de morrer a seus pés.

— Bravo! Rapazes! — exclamaram alguns pescadores vendo a disposição dos três mancebos. — Isso é que é ânimo…! E é mesmo preciso haver quem desencante aquela maldita sereia que nos traz em contínuo desassossego.

— Deixem-se disso, moços — diziam outros, fazendo coro com mestre Tinoco. — Vão procurar a sua perdição. O que poderão fazer contra uma feiticeira, ou mágica, que tem partes com o