Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/163

   Voga, voga, até sabermos
   Onde a ingrata se escondeu.

Houve um dia uma sereia…
Oh! Que linda ela não era…!
Porém, tão ingrata e fera
Que de amor me enlouqueceu,
   Dizei, nuas penedias,
   Onde a ingrata se escondeu.

Ela deixou-me, a cruel!
Entregue a negros pesares,
Lastimando sobre os mares
O triste destino meu;
   Dizei-me, ó ondas sonoras,
   Se ela de mim se esqueceu.

Se nas asas do tufão
Devassando o mar profundo
Na raia extrema do mundo
A meus olhos se escondeu,
   Neste barco aventureiro
   Lá também voarei eu.

Se entre monstros marinhos
Lá no mais fundo dos mares
Em cristalinos algares
Se oculta o retiro seu,
   Em meu amor confiado
   Lá mesmo descerei eu.

Se entre rochas malditas,
Entre grossos vagalhões