Defendidas por dragões
Seus palácios escondeu,
Mil mortes desafiando
Lá mesmo chegarei eu.
Por entre as ondas bravias,
De mil tormentas batido,
Em busca de um bem perdido,
Voga, voga, ó batel meu!
Voga; um dia saberemos,
Onde a ingrata se escondeu.
Quando Rodrigo terminou a última endecha, o barco embebia a proa na alva e fremente areia, e de um salto o mancebo, anelante de prazer e de assombro, achava-se aos pés da fada, a qual com um meigo gesto e um fagueiro sorriso nos lábios, estendia-lhe a mão para erguê-lo, e lhe falava assim:
— Não; nunca me esqueci, nunca me esquecerei de ti, Rodrigo.
Rodrigo ficou por alguns instantes diante dela mudo, imóvel, atônito, entregue a mil emoções, impossíveis de descrever.
— Será mesmo Regina que estou vendo…? Não será isto um sonho…? — murmurava no íntimo da alma.
Mais que nunca o deslumbrava o novo e fascinador aspecto de que se revestira a beleza de Regina, depois que por alguns anos se ermara naquele