Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/170

se fechando em abóbada, à semelhança de dois espectros negros que procuravam beijar-se, Regina parou.

— É aqui — disse ela, apontando para um cômoro de areia que se abaulava na base do rochedo —, é aqui, meu querido, que depositei minha grinalda de núpcias; ei-la…! Não vês…?

Regina havia de feito depositado sobre aquele cômoro sinistro sua pálida e já tisnada grinalda de bodas.

— Não a vês? — continuou ela. — Murcha, amarelada e triste, como tem estado até hoje o meu coração. Tem um salpico de sangue, não vês…? Não sei que mão fatal, que punhal surgido do inferno ou descido do céu feriu de morte meu marido no momento em que ia desatar-me da fronte esta grinalda…

Rodrigo estremeceu; atassalhado de remorsos, esqueceu-se do amor, não viu mais a encantadora beleza que lhe falava, e, com os olhos desvairados, a fronte inundada em gélido suor, esperava ver surgir a cada momento dentre aqueles penedos a sombra ensanguentada de sua vítima. Mas as meigas palavras de Regina imediatamente vieram acalmá-lo.

— É que meu destino não queria que eu fosse dele — continuou ela apanhando a grinalda e pondo-a sobre a cabeça. — Meu coração tinha-te