nunca mais deixar-me… E que não me ouvisse, mesmo assim há de voltar; meus olhos têm um ímã irresistível. O amor que ateio no coração dos homens é um fogo violento e inextinguível. Há de voltar, sim; e eu… eu hei de cravar-lhe no coração… oh! Não! Não! E para quê…? Já sou assassina, que muito é que seja também perjura…?!
Entre estas angústias e hesitações, Regina vagueava pelos topes das penedias, que lhe circundavam a ilha como a plataforma de um vasto castelo, sempre com os olhos pregados nas praias fronteiras a ver se delas se destacava algum batel com direção à ilha. O mar, como nos dias antecedentes, conservava-se tranquilo e sereno, azul e brandamente ondulado por uma viração constante de leste. Apenas aqui e acolá, pela imensa superfície, um ligeiro choque das vagas fazia borbulhar alvejante um floco de espuma, como sorriso de sereias que andassem a retouçar, brincando à flor das ondas.
Enfim, ao descambar do meio-dia, Regina julgou divisar um barco que, ganhando o largo, parecia fazer-se a vela com direção à ilha. O coração da moça estremeceu sobressaltado de alegria, e seus olhos lampejantes de esperança e contentamento não se despregaram mais da velinha solitária que, apesar de singrar com vento em popa