Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/255

e avançar com rapidez, procurando o rumo da ilha, parecia-lhe vogar com extrema lentidão.

— Ei-lo! — exclamou Regina depois de ter por algum tempo observado com a maior atenção o barco e a direção que tomava. — É ele! Ele mesmo…! Ninguém mais se atreveria a meter tão resolutamente a proa a estas medonhas penedias. Ricardo me pertence…! Mas é preciso não fraquear… desgraçada de mim se ainda desta vez deixar escapar a presa! O punhal vingador aqui dorme junto a meu coração! O fatal juramento há de ser cumprido à risca até o fim; devo hoje consumar esta negra sina de sangue e vingança…! Falta só uma vítima! E ei-la que vem descuidosa e cheia de risonhas esperanças, cuidando que vem reclinar-se em um leito de rosas, entre sorrisos de amor, entregar-se nas mãos do algoz, que tem de justiçá-lo…! Com este punhal tenho, pois, de rasgar um peito sobre o qual deveria reclinar minha cabeça entre carícias e beijos…! Eu o jurei, assim é mister… tem de morrer…! Eu o amo… que importa…?! Meu cadáver cairá sobre o dele… dormiremos eternamente unidos ao lado um do outro… o túmulo é o único leito de núpcias que nos convém.

Entretanto o barco do mancebo se aproximava rapidamente do rochedo fatal, e a exaltação e ansiedade de Regina cresciam de mais em mais.