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Embalada pelas vagas
Só no mar quero viver.
   Correi, correi, mansas ondas,
   A meus pés vinde gemer.

No regaço cristalino
Brandamente me tomai;
Aos palácios de meu pai
Vinde, vinde me levar.
   Correi, ondas pressurosas,
   Levai a filha do mar.

E se alguém na terra ingrata
Sentindo loucos amores
Meus encantos e favores
Insensato desejar,
   Em torno a mim, bravas ondas,
   Vinde em fúria rebentar.

Em solitário rochedo
Batido, pelas tormentas
Ide, ó ondas turbulentas,
Ide longe me ocultar.
   Rugindo ali noite e dia
   Guardai a filha do mar.

Enlevada com os acentos daquela voz a mais suave, fresca e argentina que jamais ouviram ouvidos humanos, Felisbina depunha inteiramente suas cóleras passageiras, e seu rosto reassumia a risonha serenidade de costume.

— Que quer dizer essa cantiga, menina? —