dizia-lhe entre risonha e enfadada. — Quem te ensinou essas desastradas trovas…? Até já queres passar por sereia…! Doidinha…! Melhor seria que cantasses o bendito e a ave-maria, para que Nossa Senhora do Amparo te livre das ondas do mar.
— E dos perigos da terra, mamãe, que ainda são piores — retrucou a menina.
E os pescadores que, em distância, observavam as proezas de Regina e ouviam-lhe a voz vibrante e harmoniosa, esconjuravam-se murmurando entre si:
— Cruz…! Que menina, santo Deus…! Não ouviram o que ela estava cantando…? Aquilo ou não é filha de gente batizada ou tem partes com o diabo…! Se eu duvido que ela é mesmo filha de sereia, ou feiticeira do mar…! Queira Deus, tia Felisbina, queira Deus não te arrependas de ter-lhe dado criação e gasalhado…!