fidalguia, tu perdes a esperança de conquistar o coração de uma simples barqueira?!
— Como te enganas, Roberto…? Tanto caso faz ela de gentileza como de fidalguia, e esses pobres pescadores, que tanto deprimes, ao menos alguns deles não eram tão indignos, como pensas, do amor dessa mulher. Acredita-me, meu irmão, Regina ou é um anjo, que devemos adorar de longe e de joelhos ou um demônio de quem devemos fugir às léguas.
— Não creias nisso; é uma simples mulher de carne e osso como qualquer outra. Só faltava agora também que as ridículas historietas e crendices dessa gente rude e boçal viessem transtornar-te o entendimento…! Dize-me cá, meu irmão; já lhe falaste…? Já lhe declaraste teu amor…?
— Ainda não.
— Então de que te queixas…? Por que esmoreces tão depressa?
— Tem razão — respondeu Rodrigo reanimando-se depois de um momento de reflexão —; não tenho motivo ainda para desesperar.