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Rodrigo, jovem de alma sensível e romanesca, gostava de música e sabia muitas lindas e maviosas canções e barcarolas, que desde a infância aprendera com os barqueiros de Cádiz, sua terra natal. Lembrou-se, pois, de cantar e ver se por esse meio conseguiria atrair a atenção da esquiva ondina. Ela, que tanto se aprazia em encantar os ecos com os acentos de sua voz incomparável, não se dedignaria também de prestar ouvidos aos cantares dos outros, e talvez que, levados nas asas da harmonia as lástimas e queixumes de um amor desventurado, conseguissem ameigar-lhe algum tanto o frio e insensível coração. Portanto, com um timbre de voz valente e maviosa a um tempo, dominando o frêmito das vagas, começou a cantar as seguintes coplas: