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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

ao moço, que entreabrira a rica grade dourada, com um Se um Lentrelaçados, sob uma corôa de conde:

— O Sr. Sanches Lucena, bem?

O Sr. Conselheiro, agora, um pouquinho melhor...

— O que? Esteve doente?

— Pois o Sr. Conselheiro, aqui ha tres ou quatro semanas, andou muito agoniado...

— Oh! Sinto muito... Diga ao Sr. Conselheiro que sinto muitissimo!

Chamou o velho que repicára a sineta para o recompensar com um tostão. E, interessado por aquellas barbaças e melenas de mendigo de Melodrama:

— Vocemecê pede esmola por estes sitios?

O homem ergueu para elle os olhos sujos, avermelhados da poeira e do sol, mas risonhos, quasi contentes:

— Tambem me chego pela Torre, meu Fidalgo. E, graças a Deus, lá me fazem muito bem.

— Então quando lá voltar diga ao Bento... Você conhece o Bento?

Se conhecia! E a Snr. aRosa...

— Pois diga ao Bento que lhe dê umas calças, homem! Você assim, com essas calças, não anda decente.

O velho riu, n’um riso lento e desdentado, mirando