alteou o peito, a que o corpete justo marcava a força viçosa e a perfeição.
A Gonçalo tambem nunca chegára esse nome sonóro. Mas não hesitou:
— Sim, perfeitamente, o Manrique... De resto, eu tenho tantos parentes em Lisboa, e vou tão pouco a Lisboa!... E V. Ex. a, Sr. aD. Anna...
Mas o Sanches Lucena insistia, deliciado n’aquella conversa de parentescos fidalgos:
— V. Ex. a, naturalmente, tem em Lisboa toda a sua parentella historica. Assim eu creio que V. Ex. aé primo do Duque de Lourençal... O Duarte Lourençal! Elle não usa o titulo, por Miguelismo, ou antes por habito: mas emfim é o legitimo Duque de Lourençal. É quem representa a casa de Lourençal.
Gonçalo, sorrindo attentamente, desabotoára o fraque, procurava a sua velha charuteira de couro.
— Sim, com effeito, o Duarte... Somos primos. Diz elle que somos primos. E eu acredito. Entendo tão pouco d’arvores de costado!... De facto as casas em Portugal andam muito cruzadas; todos somos parentes, não só pelo lado d’Adão, mas pelos Godos... E V. Ex. a, Sr. aD. Anna, prefere a estada em Lisboa?
Mas, reparando que escolhera um charuto, distrahidamente o trincára:
— Oh! perdão minha senhora... Ia fumar sem saber se V. Ex. a...