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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

O Barrôlo esperava, esgaseado:

— Desembucha!

E Gonçalo desabafou, com estrondo:

— Pois uma maroteira immensa, homem! O Noronha, o pobre Noronha, perseguido, espesinhado, expulso! Com a familia... Para o inferno, para o Algarve!

— O Noronha pagador?

— O Noronha pagador. Foi o infeliz pagador que pagou!

E, regaladamente, desenrolou a historia lamentavel. O Snr. André Cavalleiro namoradissimo, todo em chammas pela irmã mais velha do Noronha. E atacando a rapariga com ramos, cartas, versos, estropidos cada manhã por deante da janella, a ladear na pileca! Até lhe soltára, ao que parece, uma velha marafona, uma alcoviteira... E a rapariga, um anjo cheio de dignidade, impassivel. Nem se revoltava, apenas se ria. Era uma troça em casa das Noronhas, ao chá, com a leitura da versalhada ardente em que elle a tratava de «Nympha, d’estrella da tarde...» Emfim uma sordidez funambulesca!

O pobre Fado dos Ramiresdebandou pelo teclado, n’um tumulto de gemidos desconcertados e asperos.

— E eu não ter ouvido nada! murmurava o Barrôlo, assombrado. Nem no Club, nem na Arcada...