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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

sumidos na sombra das cugulas, ovençaes sopezando fartas bolsas de couro, uchões espostejando nedios lombos de cêrdo... A Novella portanto marcava um salutar retrocesso ao sentimento nacional.

— E depois (accrescentava o Castanheiro) este velhaco do Gonçalinho surde com um estylo terso, masculo, de boa côr archaica... D’optima côr archaica! Lembra até o Bobo, o Monge de Cister!... A Guiomar, realmente, é uma castellã vaga, da Bretanha ou da Aquitania. Mas no villico, mesmo no castellão, já transparecem portuguezes, bons portuguezes de fibra e d’alma, d’entre Douro e Cavado... Sim senhor! Quando o Gonçalinho se enfronhar dentro do nosso passado, das nossas chronicas, temos emfim nas Lettras um homem que sente bem o torrão, sente bem a raça!

D. Guiomarencheu tres paginas da Patria. N’esse Domingo, para celebrar a sua entrada na Litteratura, Gonçalo Mendes Ramires pagou aos camaradas do Cenaculo e a outros amigos uma ceia — onde foi acclamado, logo depois do frango com ervilhas, quando os moços do Camolino, esbaforidos, renovavam as garrafas de Collares, como «o nosso Walter Scott!» Elle, de resto, annunciára já com simplicidade um Romance em dois volumes, fundado nos annaes da sua Casa, n’um rude feito de sublime orgulho de Tructesindo Mendes Ramires, o amigo e