da quinta, onde uma ladeirenta e apertada azinhaga a divide do pinheiral e da matta. Do portão nobre, que outr’ora se erguera n’esse recanto com lavores e brazão d’armas, restam apenas os dois humbraes de granito, amarellados de musgo, cerrados contra o gado por uma cancella de taboas mal pregadas, carcomidas da chuva e dos annos. E n’esse momento, da azinhaga funda, apagada em sombra, subia chiando, carregado de matto, um carro de bois, que uma linda boeirinha guiava.
— Nosso Senhor lhe dê muito boas tardes!
— Boas tardes, flôrzinha!
O carro lento passou. E logo atraz surdio um homem, esgrouviado e escuro, trazendo ao hombro o cajado, d’onde pendia um mólho de cordas.
O Fidalgo da Torre reconheceu o José Casco dos Bravaes. E seguia, como desattento, pela orla do pinheiral, assobiando, raspando com a bengalinha as silvas floridas do vallado. O outro porém estugou o passo esgalgado, lançou duramente, no silencio do arvoredo e da tarde, o nome do Fidalgo. Então, com um pulo do coração, Gonçalo Mendes Ramires parou, forçando um sorriso affavel:
— Olá! É vossê, José! Então que temos?
O Casco engasgára, com as costellas a arfar sob a encardida camisa de trabalho. Por fim,