A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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que diabo, havia superiormente o interesse do paiz! — E, tão admiravel lhe appareceu esta razão, que a bradou com ardôr na mudez da estrada: — «Ha o paiz!...»

Sim, o paiz! Quantas reformas a proclamar, a realisar! Em Coimbra, no quinto anno, já se occupára da Instrucção Publica — d’uma remodelação do Ensino, todo industrial, todo colonial, sem latim, sem ociosas bellas-lettras, creando um povo formigueiro de Productores e d’Exploradores... E os camaradas, nos sonhos ondeantes de Futuro, quando repartiam os Ministerios, concordavam sempre: — «O Gonçalo para a Instrucção Publica!» Por essas ideas poderosas, pelo saber accumulado, todo elle se devia á Nação — como outr’ora, pela força, os grandes Ramires armados. E pela Nação cumpria que o seu orgulho de homem cedesse ante a sua tarefa de cidadão...

Depois, quem sabe? Entre o Cavalleiro e elle afogadamente se enroscava todo um passado de camaradagem, apenas entorpecido — que talvez revivesse n’esse encontro, os enlaçasse logo n’um abraço penetrante, onde os antigos aggravos se sumiriam como um pó sacudido... Mas para que imaginar, remoer? Uma necessidade se sobrepunha, inilludivel — a de comparecer logo de manhã em Oliveira, no Governo Civil, requerendo a suppressão do Casco. D’essa pressa dependia o seu socego de vida