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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

as linhas bemditas: — « Ministro acceita, tudo arranjado...» O resto era o Cavalleiro lembrando que no domingo o esperava em Corinde, ás onze, para almoçarem e conversarem...

Gonçalo Mendes Ramires deu cinco tostões ao moço do telegrapho — galgou as escadas. Na livraria, á claridade mais segura do candieiro, releu o telegramma delicioso. Ministro acceita, tudo arranjado!... Na sua transbordante gratidão pelo Cavalleiro, ideou logo um jantar soberbo, offerecido nos Cunhaes pelo Barrôlo, cimentando para sempre a reconciliação das duas Casas. E recommendaria a Gracinha que, para mais honrar a doce festa, se decotasse, pozesse o seu collar magnifico de brilhantes, a derradeira joia historica dos Ramires.

— Aquelle André! que flôr, que rapaz!

 

 

O relogio de charão, no corredor, rouquejou as nove horas. E só então Gonçalo percebeu a densa chuva que alagava a quinta, e a que elle, embebido na sua gloria, passeando pela livraria n’um luminoso rolo de imaginações, não sentira o rumor sobre a pedra da varanda, nem sobre a folhagem dos limoeiros.

Para se calmar, occupar a noite encerrada, deliberou trabalhar na Novella. E realmente agora convinha