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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

Mas agora? O que? manter rigidamente as suas relações com o Cavalleiro dentro da Politica, evitando escorregadias intimidades que o tornassem logo nos Cunhaes, como outr’ora na Torre, o conviva desejado? Como poderia? Desde que elle se reconciliava com André, logo e tão naturalmente como a sombra segue a inclinação do ramo, se reconciliava tambem o Barrôlo, seu cunhado e sua sombra... Mas como impôr ao Barrôlo que a sua renovada familiaridade com o Cavalleiro se realisasse unicamente dentro da Politica como dentro d’um Lazareto? — «Eu sou outra vez o velho amigo do André, tu, Barrôlo, tambem — mas nunca o convides para a tua mesa, nem lhe abras a tua porta!» — Imposição desconcertada, de dura impertinencia — e que, na pequena Oliveira, logo os faceis encontros, a simplicidade hospitaleira do Barrôlo, quebrariam como um barbante poido... E depois que grotesca attitude a sua, hirto deante do portão do Palacete, como um Archanjo S. Miguel, de bengala de fogo na mão, para sustar a intrusão de Satanaz, Chefe do Districto! Mas tambem que toda a cidade largasse a cochichar pelos cantos o nome de Gracinha embrulhado ao nome de André, com o nome d’elle, Gonçalo, emmaranhado atravez como o fio favoravel que os atára — era horrivel.

E na impaciencia d’esta difficuldade, de malhas