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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

na sua graça e razão. Depois confessou que elle, apesar de habitar tambem (mercê do Estado!) um palacete confortavel, e gozar tambem uma agua excellente, a finissima agua do Poço de S. Domingos, lamentava que os deveres de Politica, a disciplina de Partido o amarrassem a Oliveira. E toda a sua esperança era a queda do Ministerio, para se libertar, passar tres mezes divinos em Italia...

Do outro lado de Gracinha, João Gouveia (sempre acanhado e mudo deante de senhoras) exclamou, n’um impulso d’amisade, de convicção:

— Pois, Andrésinho, vae perdendo a esperança! O S. Fulgencio não arreia! Ainda cá te apanhamos uns tres ou quatro annos!

E insistiu, debruçado sobre Gracinha, n’um esforço d’amabilidade que o esbraseava:

— O S. Fulgencio não arreia. Ainda cá temos o nosso André mais tres ou quatro annos.

André protestava, com um requebro, as espessas pestanas quasi cerradas:

— Oh meu João! não me queiras mal, não me queiras mal!...

E teimava. Ah, com certeza! ainda que desertasse o seu partido (e que importa em hoste poderosa uma lança ferrugenta?) esses mezes d’Italia no inverno já os sonhára, já os preparava... — E a